Dos sonhos... eles acabam. Bom que seja assim.
Os sonhos acabam e devem mesmo acabar. Algum desavisado logo ao ler o título do texto talvez fique indignado.
Lembro-me qdo criança vivia a sonhar, acho até que sonhava demais. Mas melhor parte foi na adolescência quando descobri que estava apaixonado. Mal dormia a noite pensando numa forma de conquistar minha "doce Dulcinéia". Na igreja meus olhares a seguiam por onde quer que ela fosse. Não demorou muito para que a expressão corporal denunciasse minha paixão. Eu era um garoto apaixonado e agora ela sabia disso.
Palpitava-me o coração qdo ela me olhava repentinamente e me pegava fitando-a, era tarde demais para desviar o olhar, mas mesmo assim eu fazia. Tinha vergonha.
A noite ia dormir pensando: - Será que ela está pensando em mim ? Será que pelo menos lhe agrada o fato de eu estar apaixonado por ela ? Quais serão minhas chances ?
Quando o destino nos colocava numa mesma roda de amigos, meu Deus, eu perdia a fala. De maneira denunciável eu procurava usar as palavras corretas, rir usando meu melhor perfil ja previamente ensaiado diante de um espelho para aquelas ocasioões, contar as melhores piadas, ser o mais agradavel e sedutor ao mesmo tempo desdenhando de toda tática ali aplicada para que tudo fosse o mais "natural" possivel.
Me imaginava casado com ela, vivendo uma vida de amor, sexo diário. Eram tantos sonhos tantos desejos.
Um simples e inadvertido encostar um no outro corredor afora ou um beijo de "oi" , faziam-me perder o chão. Eu procurava significado em cada gesto dela: - Será que estava recebendo algum recado ? Será que ela queria dizer alguma coisa ? Acho que ela está apaixonada por mim também. Mas será ? Como saber ?
Eu sonhava, e esperava o domingo onde a veria na igreja ainda que pelos corredores. A semana era uma intensa e sonhadora espera.
Dentro da igreja em dias de clássico, o pastor falava que melhor era estar em casa do que pecando de corpo presente na igreja e com a cabeça no jogo do corinthias x palmeiras. Mas eu estava ali de corpo presente e nem sequer me abalava as ameaças culposas do pastor. Todo o tempo ali só via a tal garota e a todo momento buscava um sinal dela. Sabia que Deus ia me entender. (sempre soube)
Pelo ônibus procurava-a pela rua, pedindo a ajuda do acaso para me fazer só um pouquinho feliz.
Mas não sonhava só com mulheres, é claro!
Enquanto trabalha de office-boy num hospital particular ao ver os gerentes com seu carros novos eu sonhava em ser como um deles. Era um sonho que hoje julgo ser estranho, pois o meu desejo era em dia se tornar como um deles para ter um carro zerinho.
Ficava a me imaginar dirigindo um carro daqueles e todo mundo me respeitando como aqueles engravatados eram respeitados. Depois queria ser um gênio da informática ou um hacker subversivo e "ocultamente famoso". Sonhei em ser várias coisas.
Tive sonhos estranhos, como que viver sem poder andar preso a uma cadeira de rodas, só para meus pais me darem mais valor. Era sonho terrivel de uma adolescente (como todos) revoltado e carente.
Chorei qdo ultramen morreu e foi levado ao céu novamente para ser energizado ao sol por outro super heroi, ultraseven.
Chorei demais qdo meu maior heroi se foi, meu pai. Esse sim, chorei demais. E o tempo foi se tratando de me fazer parar de chorar e eu ficava revoltado comigo mesmo, pois queria continuar chorando eternamente sua falta, mas já não conseguia mais. Me senti mal por isso.
Então passei a sonhar com meu pai, ao meu lado falando comigo, brincando e roçando sua pouca e espinhuda barba em meu rosto, pelo afago costumeiro. A cada sonho que tinha, parecia ser o último.
Mas os sonhos de crianças se foram, já não choro mais com super herois de seriado japones que morrem.
Comprei um carro zerinho, fiquei cheio de felicidade, mas hoje o carro zerinho é velho nem gosto mais dele. Nem quero ser gerente de nada e nem quero outro carro zero para alimentar meu sonho adolescente.
Me casei e a garota pelo qual fui apaixonado não me provoca mais arrepios ou fico procurando sinais de uma conquista velada.
Viver preso a uma cadeira de rodas... hoje dou risada quando lembro disso.
Me casar e fazer sexo todos os dias em todos os lugares.......? Casei! sexo todos os dias ? rs..rs
Todos esses sonhos acabaram, todos. Até meu pai ja não aparece mais nos meus sonhos, só perco a respiração de saudade dele quando o vejo em alguma foto que me desperta um subito inesperado sentimento, que tento fechar os olhos e saborear máximo possível.
Os sonhos que citei se foram porque realmente tem que ir.
Deixei de ser criança, deixei de ser adolescente e logo também deixerai de ser adulto. Nenhum sonho que tive na infância será novamente, poderá ser algo "distantemente" parecido, mas não mais que isso.
Ja sonhei em ter a casa própria e tive, sonhei em mobilia-lá e ja está acontecendo. Até os sonhos tem que mudar, assim como nosso corpo muda.
Só nos desenhos da Wall Disney que o personagem Peter Pan vive a maldição de ser criança pra sempre.
Mas como humano que Deus me fez, agirei como humano que devo ser. E o nome para isso não será viver intensamente ou aproveitar a vida, será apenas VIVER.
Todos aqueles que disserem ao final que viveram intensamente, é porque apenas tentaram viver, ficaram presos a um objetivo e a um sonho. Eu direi apenas VIVI! Não agregarei mais adjetivos ao verbo porque ele em sí ja é tudo que tem que ser. Agregar será sinônimo de carencia, de quem não se faz entender.
Assim na velhice sonharei outros sonhos. Com o corpo limitado da velhice ou de uma doença fatal, perto do momento inevitável de todos nós, sonharei o maior e mais intenso sonho que um homem que VIVEU podereá sonhar. Sonharei com insólito, com a verdade mais exata-inexata que existe, em estar com o pai das luzes sempre a brilhar. E já não mais vivo para os vivos, mas sempre VIVO para aquele me amou desde sempre. "Vivendo" a realização do maior de todos os sonhos que parecerá ser último sonho, mas que como todos os outros que tive apenas parecerá, pois será o inicio de novos, lindos e eternos sonhos ao lado de Deus.
Fino
Lembro-me qdo criança vivia a sonhar, acho até que sonhava demais. Mas melhor parte foi na adolescência quando descobri que estava apaixonado. Mal dormia a noite pensando numa forma de conquistar minha "doce Dulcinéia". Na igreja meus olhares a seguiam por onde quer que ela fosse. Não demorou muito para que a expressão corporal denunciasse minha paixão. Eu era um garoto apaixonado e agora ela sabia disso.
Palpitava-me o coração qdo ela me olhava repentinamente e me pegava fitando-a, era tarde demais para desviar o olhar, mas mesmo assim eu fazia. Tinha vergonha.
A noite ia dormir pensando: - Será que ela está pensando em mim ? Será que pelo menos lhe agrada o fato de eu estar apaixonado por ela ? Quais serão minhas chances ?
Quando o destino nos colocava numa mesma roda de amigos, meu Deus, eu perdia a fala. De maneira denunciável eu procurava usar as palavras corretas, rir usando meu melhor perfil ja previamente ensaiado diante de um espelho para aquelas ocasioões, contar as melhores piadas, ser o mais agradavel e sedutor ao mesmo tempo desdenhando de toda tática ali aplicada para que tudo fosse o mais "natural" possivel.
Me imaginava casado com ela, vivendo uma vida de amor, sexo diário. Eram tantos sonhos tantos desejos.
Um simples e inadvertido encostar um no outro corredor afora ou um beijo de "oi" , faziam-me perder o chão. Eu procurava significado em cada gesto dela: - Será que estava recebendo algum recado ? Será que ela queria dizer alguma coisa ? Acho que ela está apaixonada por mim também. Mas será ? Como saber ?
Eu sonhava, e esperava o domingo onde a veria na igreja ainda que pelos corredores. A semana era uma intensa e sonhadora espera.
Dentro da igreja em dias de clássico, o pastor falava que melhor era estar em casa do que pecando de corpo presente na igreja e com a cabeça no jogo do corinthias x palmeiras. Mas eu estava ali de corpo presente e nem sequer me abalava as ameaças culposas do pastor. Todo o tempo ali só via a tal garota e a todo momento buscava um sinal dela. Sabia que Deus ia me entender. (sempre soube)
Pelo ônibus procurava-a pela rua, pedindo a ajuda do acaso para me fazer só um pouquinho feliz.
Mas não sonhava só com mulheres, é claro!
Enquanto trabalha de office-boy num hospital particular ao ver os gerentes com seu carros novos eu sonhava em ser como um deles. Era um sonho que hoje julgo ser estranho, pois o meu desejo era em dia se tornar como um deles para ter um carro zerinho.
Ficava a me imaginar dirigindo um carro daqueles e todo mundo me respeitando como aqueles engravatados eram respeitados. Depois queria ser um gênio da informática ou um hacker subversivo e "ocultamente famoso". Sonhei em ser várias coisas.
Tive sonhos estranhos, como que viver sem poder andar preso a uma cadeira de rodas, só para meus pais me darem mais valor. Era sonho terrivel de uma adolescente (como todos) revoltado e carente.
Chorei qdo ultramen morreu e foi levado ao céu novamente para ser energizado ao sol por outro super heroi, ultraseven.
Chorei demais qdo meu maior heroi se foi, meu pai. Esse sim, chorei demais. E o tempo foi se tratando de me fazer parar de chorar e eu ficava revoltado comigo mesmo, pois queria continuar chorando eternamente sua falta, mas já não conseguia mais. Me senti mal por isso.
Então passei a sonhar com meu pai, ao meu lado falando comigo, brincando e roçando sua pouca e espinhuda barba em meu rosto, pelo afago costumeiro. A cada sonho que tinha, parecia ser o último.
Mas os sonhos de crianças se foram, já não choro mais com super herois de seriado japones que morrem.
Comprei um carro zerinho, fiquei cheio de felicidade, mas hoje o carro zerinho é velho nem gosto mais dele. Nem quero ser gerente de nada e nem quero outro carro zero para alimentar meu sonho adolescente.
Me casei e a garota pelo qual fui apaixonado não me provoca mais arrepios ou fico procurando sinais de uma conquista velada.
Viver preso a uma cadeira de rodas... hoje dou risada quando lembro disso.
Me casar e fazer sexo todos os dias em todos os lugares.......? Casei! sexo todos os dias ? rs..rs
Todos esses sonhos acabaram, todos. Até meu pai ja não aparece mais nos meus sonhos, só perco a respiração de saudade dele quando o vejo em alguma foto que me desperta um subito inesperado sentimento, que tento fechar os olhos e saborear máximo possível.
Os sonhos que citei se foram porque realmente tem que ir.
Deixei de ser criança, deixei de ser adolescente e logo também deixerai de ser adulto. Nenhum sonho que tive na infância será novamente, poderá ser algo "distantemente" parecido, mas não mais que isso.
Ja sonhei em ter a casa própria e tive, sonhei em mobilia-lá e ja está acontecendo. Até os sonhos tem que mudar, assim como nosso corpo muda.
Só nos desenhos da Wall Disney que o personagem Peter Pan vive a maldição de ser criança pra sempre.
Mas como humano que Deus me fez, agirei como humano que devo ser. E o nome para isso não será viver intensamente ou aproveitar a vida, será apenas VIVER.
Todos aqueles que disserem ao final que viveram intensamente, é porque apenas tentaram viver, ficaram presos a um objetivo e a um sonho. Eu direi apenas VIVI! Não agregarei mais adjetivos ao verbo porque ele em sí ja é tudo que tem que ser. Agregar será sinônimo de carencia, de quem não se faz entender.
Assim na velhice sonharei outros sonhos. Com o corpo limitado da velhice ou de uma doença fatal, perto do momento inevitável de todos nós, sonharei o maior e mais intenso sonho que um homem que VIVEU podereá sonhar. Sonharei com insólito, com a verdade mais exata-inexata que existe, em estar com o pai das luzes sempre a brilhar. E já não mais vivo para os vivos, mas sempre VIVO para aquele me amou desde sempre. "Vivendo" a realização do maior de todos os sonhos que parecerá ser último sonho, mas que como todos os outros que tive apenas parecerá, pois será o inicio de novos, lindos e eternos sonhos ao lado de Deus.
Fino
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