A despaganização do filhote de cruz-crédo.
Quando criança, ainda que tardiamente, fui batizado na igreja católica (ICAR). Lembro-me bem, eu aos 7 anos de idade na fila do batismo com minha mãe, juntamente com outras mães na grande maioria carregando bebes de colo. Lá estava eu, quase um adolescente, em frente ao batistério esperando ser aspergido pelas poucas águas. Não me lembro ao certo qual foi a motivação do choro, mas chorei no sagrado momento tal qual aqueles outros bebes ali na fila a espera do batismo. Naquele momento com meu passe de entrada divino, deixei de ser pagão pela primeira vez. Minha Madrinha, Padrinho e outros podiam respirar aliviados. Essa foi a minha primeira despagnização!
Mas o tempo passaria e dos meus idos 7 anos de idade muita coisa mudaria, exceto talvez à estranha maneira de como fui tempos depois presbiterianamente rebatizado, ainda pelas aspergíveis águas.
Minha familia deixaria de ser Católica com o passar do anos. Tudo começaria com o convite dos bons vizinhos D. Maria Ramos e o presbitero Ademar Ramos. Meu irmão já saido da adolescência começou a frequentar a igreja Presbiteriana. Poucos meses depois já havia deixado a ICAR para tornar-se membro e um líder ativo na igreja juntamente com minha irmã. Eu um pré-adolescente assistia tudo aquilo acontecendo. Foi uma fase intensa de muita história. Nessa época meu pai algumas vezes ia à igreja presbiteriana, mas minha mãe ainda tinha suas santinhas ao qual ela rezava com certa frequência. Mas essa situação não durou muito, sem me lembrar muito bem como, já estávamos todos na igreja presbiteriana.
Lembro-me das paixões platônicas desse periodo de adolescência, das angústias geradas pela minha familia para que eu obtesse melhores resultados. Foi um período muito difícil, parecia que vivia um sofrimento constante. Um adolescente que era cobrado a ter os mesmos resultados que meu irmão mais velho. Fiquei revoltado aquela época, me sentia sufocado pela minha mãe que só dialogava comigo aos gritos.
Com a chegada do aspergível rebatismo e já adolescente, deixei de ser pagão pela segunda vez. Ali naquele ritual eu era tirado do "paganismo" católico para "santa" e nada conciliadora "verdade" evangélica. Nessa época adiquiri o gosto pelo violão e dava meus primeiros sinais da eterna luta para aprender esse intsrumento.
Nessa época a igreja tradicional sofria de tradicionalismo e o pentecostal brotava pelos cantos úmidos da sociedade onde já dava promissores e tenebrosos sinais de prosperidade em todos os sentidos. Posteriormente essa seria terceira despaganização!
O urgir do tempo me levaria fatal e naturalmente a tríade. Na membresia bem comportada ao qual fazia parte, minha mente, como desde de sempre, assovala-me com estranhas questões sobre Deus e o mundo e as questões polarizadas que a religião ensina. Não conseguia concordar com tudo aquilo. Parecia que se não estivesse de um lado, restaria-me estar do outro como em um campeonato de futebol com apenas dois times. Comecei a sentir-me pagão novamente. Deixei o tradicionalismo cego e fui para o liberalismo, alías nesse período passei por muitas coisas. Deixei de ser arminiano convicto e passei a ser um calvinista maluco e depois deixei o calvinismo tbem.. bom nao sei o nome do que me tornei, mas posso dizer que não é nada parecido com qualquer outra coisa anterior.
Fui excluido da membresia da igreja por conta disso. Casei-me sem papel e hoje sou uma espécia de ……….hum.. vejamos… filhote de cruz-crédo é o que talvez alguns diriam. Bom, colocando o significado do termo chulo de lado e partindo para a o significado literal da palavra sou sim um filhote de cruz-crédo. Pois creio nessa cruz com toda a verdade do meu coração, e se quer saber… nem me importo com o que as pessoas pensam.
Foi essa então minha terceira despaganização. Não sei se terão outras, não sei. Minha falta de interesse pelos rituais que nunca fora muito boa, passou de pouco tolerável para ogeriza total.
Paradoxalmente me sinto privilegiado por pertencer a essa triste geração, onde o paganismo evangélico atual é pior que o pré-paganismo católico. O mundo atual teve seus valores invertidos e chegamos a um conceito religioso perigoso e distante do amor de Deus, mas não eu. Aliás, eu nem sequer ligo para os conceitos.
Mas é isso o que sou, por enquanto.
Fábio Fino
Mas o tempo passaria e dos meus idos 7 anos de idade muita coisa mudaria, exceto talvez à estranha maneira de como fui tempos depois presbiterianamente rebatizado, ainda pelas aspergíveis águas.
Minha familia deixaria de ser Católica com o passar do anos. Tudo começaria com o convite dos bons vizinhos D. Maria Ramos e o presbitero Ademar Ramos. Meu irmão já saido da adolescência começou a frequentar a igreja Presbiteriana. Poucos meses depois já havia deixado a ICAR para tornar-se membro e um líder ativo na igreja juntamente com minha irmã. Eu um pré-adolescente assistia tudo aquilo acontecendo. Foi uma fase intensa de muita história. Nessa época meu pai algumas vezes ia à igreja presbiteriana, mas minha mãe ainda tinha suas santinhas ao qual ela rezava com certa frequência. Mas essa situação não durou muito, sem me lembrar muito bem como, já estávamos todos na igreja presbiteriana.
Lembro-me das paixões platônicas desse periodo de adolescência, das angústias geradas pela minha familia para que eu obtesse melhores resultados. Foi um período muito difícil, parecia que vivia um sofrimento constante. Um adolescente que era cobrado a ter os mesmos resultados que meu irmão mais velho. Fiquei revoltado aquela época, me sentia sufocado pela minha mãe que só dialogava comigo aos gritos.
Com a chegada do aspergível rebatismo e já adolescente, deixei de ser pagão pela segunda vez. Ali naquele ritual eu era tirado do "paganismo" católico para "santa" e nada conciliadora "verdade" evangélica. Nessa época adiquiri o gosto pelo violão e dava meus primeiros sinais da eterna luta para aprender esse intsrumento.
Nessa época a igreja tradicional sofria de tradicionalismo e o pentecostal brotava pelos cantos úmidos da sociedade onde já dava promissores e tenebrosos sinais de prosperidade em todos os sentidos. Posteriormente essa seria terceira despaganização!
O urgir do tempo me levaria fatal e naturalmente a tríade. Na membresia bem comportada ao qual fazia parte, minha mente, como desde de sempre, assovala-me com estranhas questões sobre Deus e o mundo e as questões polarizadas que a religião ensina. Não conseguia concordar com tudo aquilo. Parecia que se não estivesse de um lado, restaria-me estar do outro como em um campeonato de futebol com apenas dois times. Comecei a sentir-me pagão novamente. Deixei o tradicionalismo cego e fui para o liberalismo, alías nesse período passei por muitas coisas. Deixei de ser arminiano convicto e passei a ser um calvinista maluco e depois deixei o calvinismo tbem.. bom nao sei o nome do que me tornei, mas posso dizer que não é nada parecido com qualquer outra coisa anterior.
Fui excluido da membresia da igreja por conta disso. Casei-me sem papel e hoje sou uma espécia de ……….hum.. vejamos… filhote de cruz-crédo é o que talvez alguns diriam. Bom, colocando o significado do termo chulo de lado e partindo para a o significado literal da palavra sou sim um filhote de cruz-crédo. Pois creio nessa cruz com toda a verdade do meu coração, e se quer saber… nem me importo com o que as pessoas pensam.
Foi essa então minha terceira despaganização. Não sei se terão outras, não sei. Minha falta de interesse pelos rituais que nunca fora muito boa, passou de pouco tolerável para ogeriza total.
Paradoxalmente me sinto privilegiado por pertencer a essa triste geração, onde o paganismo evangélico atual é pior que o pré-paganismo católico. O mundo atual teve seus valores invertidos e chegamos a um conceito religioso perigoso e distante do amor de Deus, mas não eu. Aliás, eu nem sequer ligo para os conceitos.
Mas é isso o que sou, por enquanto.
Fábio Fino
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