12 janeiro 2006

Pensar..pensar..pensar....

Nenhum preconceito, nenhuma tipificação pode ser mais mortal do que aquela te ensina a não pensar, ou melhor, dizendo a pensar somente "a partir de" e nunca "antes de".

Desde criança somos ensinados a não pensar com liberdade e sim por pressupostos já criados.
Como se nas discussões das idéias qualquer coisa que pudesse ser dita que te remetesse a questionar as razões do porque tal idéia tem aquela roupagem, te condenassem ao erro. Não se questiona mais a premissa, mas sim a partir dela.

Seria mais ou menos como fosse decretado que toda lei e toda regra natural do universo e das relações de causa e efeito não poderiam ser questionadas e devessem, uma vez que foi decretado como lei, serem absorvidas e aceitas como verdades absolutas e imutáveis no universo. Ai um louco fundamentalista acomodado por essa idéia bateria nas costas de Albert Einstein e diria, olha SR. Einstein , suas pesquisas e seus estudos sobre física só podem ser evoluídos a partir das idéias de seus antecessores, nada de ficar reinventado novas modas ou querendo desmentir os nossos gênios do passado, ok ? Não macule nossos gênios, não desmintas aqueles que tanta coisa boa no ensinou.

A internet, a globalização a telecomunicação tornou tudo tão mais fácil, tão mais veloz que não pensamos mais. Estamos sempre a um google de uma boa idéia. Não é mais preciso pensar profundamente se temos tudo a um clique. O resultado somos nós, pessoas incapazes de escrever um bom texto, ter argumentação perspicaz e visão muito mais periférica do que concentradora. Tornamos-nos polarizáveis, ou sabemos profundamente demais sobre um assunto ou somos genéricos demais e não nos aprofundamos em nada de tanto que queremos saber.

Ouvia outro dia radio USP que anunciava um novo curso, um curso que cuidava para que os especialistas e doutores pudessem compreender mais o mundo a sua volta para que a especialização exagerada dos seus conhecimentos não se tornasse obstáculos para outros especialistas de área diferentes. Tudo pq. ele aprendeu a pensar demais somente naquilo que estudava e de menos nas implicações tecnológicas, históricas e filosóficas das coisas em longo prazo. Ensinavam demais sobre uma coisa e limitavam demais as outras em prol da especialização.

Na igreja tem sido por séculos a mesma coisa. Crente tem que ter cara de crente. Não se pergunta pq., sabe-se apenas que tem que ser assim. Por conta disso nasce outra polarização, aqueles que ainda que cristão não querem de jeito nenhum ter cara de cristão, decorrente disso nasce tbem aqueles que não querem nem uma coisa nem a outra e acham isso tudo uma grande besteira e se acham à balança da fé. É um circulo sem fim, é o abismo chamando o outro abismo. È o homem que olha para dentro o buraco e o buraco que olha para dentro do homem.

Ninguém entende mais nada, pois tudo é sempre a partir do que já existe, seja para seguir o padrão, ou seja, para anarquizar o padrão reinventando o oposto dele como se fosse uma idéia genial.

Pinóquio queria ser humano. Lamentava-se se o que era, pois era de madeira e pra enriquecer sua sina tinha um nariz delator. Não lhe bastava ter sentimentos, humanos. Qualquer qualidade que viesse a deixá-lo mais humano nunca seria suficiente se ele não atendesse o quesito principal e tbem menos importante: ter aparência de gente.

É assim que crescemos aprendendo. A pensar de forma errada. A ter referencias preconceituosos, tolos e burros. Mas é tão natural que seja assim que se tornou verdade.

Hitler era mais humano que o pinóquio no mundo dos padrões. Até seu gepeto queria sonhava ajudar o pinoquio em um ser humano. Pq na sua simplicidade e criação o ensinamnto infernal lhe fez pensar assim.

Era mais fácil tentar transforma pinóquio em ser humano do que lhe ensinar realmente o que é ser humano de coração ainda que sem a pele.

Nada pode mudar para certo tipo de pessoas, elas fixaram suas raízes e em prol da confortante cegueira comunitária somos impelidos a não mudar tbem. Dos que vão contra essa maré surgem frustrados e vencedores, gênios e agraciados pela visão global. Pessoas que aprenderam a pensar pelo lado de fora da esfera da razão, olhando tudo como parte de um outro todo. Compreendendo que tudo que sua visão alcança é parte de um outro todo que tbme é parte de um outro.

Pinóquio se descobrisse que já era humano poderia ser mais feliz, mas pra que, se o mundo nos ensina que só se é alguma coisa qdo se parece ser, mesmo que não seja.

Quebrar preconceitos nunca é fácil, mas poderia ser menos doloroso se estivéssemos dispostos a traçar o caminho da verdade em detrimento ao caminho dos padrões.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

é assim que é, por isso sou o que sou gostem ou não, dentro ou fora dos padrões estabelecidos por não sei quem... é assim que sou.

5:15 PM  

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