02 julho 2007

O lápis mágico.

Pedrinho adorava desenhar, não poucas vezes podia ser notado debruçado sobre a mesa ante a um papel com um lápis desenhando as coisas a sua volta. Não que fosse uma criança com dom notável, mas seus desenhos até tinham uma boa técnica.
Seu momento de êxtase era quando recebia a visita do Tio Antonio um exímio desenhista que era capaz de desenhar qualquer coisa. Pedrinho se deliciava com o tio aproveitando-se dos seus desenhos.

Certo dia o Tio Antonio ao visitar o Pedrinho disse-lhe que iria se mudar para uma cidade muito longe e que talvez não pudesse mais visitar o jovem sobrinho como antes visitava. Pedrinho ficou muito triste.
O tio Antonio em sua última visita deu de presente a ele um conjunto de lápis especial para desenho e explicou:

- Pedrinho, esses lápis são especiais para desenho e são mágicos. Se vc estudar as técnicas de desenho se aperfeiçoar com professores e nunca parar de estudar, vc vai se transformar num grande desenhista e todos vão admirar seus desenhos como vc gosta dos meus.

Pedrinho olhava para aquele estojo que lhe era entregue. Notava-se o brilho e em seus olhos como se um filme passasse pela sua cabeça. Parecia até mesmo esquecer-se de respirar.

Alguns anos haviam se passado desde que o tio Antonio havia partido e Pedrinho já não desenhava mais.

Certo dia entra
pela porta do jovem Pedro uma surpresa: o Tio antonio. Que voltara para morar ali perto novamente. Sem ter tido contato com o sobrinho durante esse tempo, o abraço e lágrima nos olhos foram inevitáveis.

Ficaram por horas contando sobre tudo que passaram e as histórias de sucesso de fracasso um do outro. Mas depois de um tempo percebendo que seu sobrinho não falara nada sobre os desenhos, o Tio Antonio se rendendo a ansiedade perguntou:

- E como
vai os desenhos, mostre-me o que tem passado para o papel?

Pedrinho, disse:

- Sabe tio, usei aqueles lápis todos e foram gastando, gastando e nunca consegui fazer um desenho como o Senhor fez. Eu olhava para aqueles lápis e ia gastando um a um esperando ser o próximo o lápis mágico que faria com que meus desenhos superassem os seus em beleza, brilho e poesia mas isso nunca aconteceu. Até que todos se acabaram e me cansei de desenhar visto que nunca, nunca meus desenhos ficavam como eu queria ou parecidos com os seus.

O Tio Antonio o ouvia, um choro seco brotava-lhe do olhar.

Temos muitos cristãos assim como o Pedrinho, só que Pedrinho é uma criança e passível de compreendermos sua infantil frustração. Mas triste mesmo é ver gente grande com um bom tempo como Cristão pulando de galho em galho a procura da Igreja legal.

Vou começar a ir lá.... à igrejona tal onde o Fulano é Pr. lá é que é igreja... Vou naquela outra, pois aqui ninguém me dá espaço e os jovens de lá são mais unidos que os daqui... Vou pra aquela outra... lá não tem as picuinhas dessa que estou agora. Se o Pr. Fulano de tal não melhorar vou procurar outra igreja...

Todos, assim como Pedrinho, irão de igreja em igreja, de denominação em denominação a procura do lápis mágico que fará grandes e belos desenhos. E quando não encontrarem irão parar de desenhar e se frustrarão com a igreja.

Mas na verdade estão frustrados consigo mesmos e Jesus estará olhando com olhar de choro seco para eles. Tudo pq não entenderam nadica de nada do altruístico evangelho de Jesus que usava lápis mágico para as pessoas descobrirem em si próprias de onde vem o verdadeiro dom do desenho.

Todo dia penso se eu tbem não sou mais um a procura do tal lápis.....

Fino Fábio