Porque desejo ir pro inferno...
Como é inquietante o meio evangélico. São tantas questões teológicas e preceitos esquisitos que nos são ensinados com aparência e tons de obviedades que aprendemos desde de cedo a não questionarmos, apenas assumimos o tudo e o todo como verdade.
E é sob esse tom que desenvolvemos nossa espiritualidade casuística.
Desde muito cedo nada me parecia óbvio no meio evangélico a não ser a nossa capacidade de tornar religioso tudo aquilo que abominamos, enviando ao inferno todos aqueles que não tem os mesmos limites que nós.
Quando digo essas duras palavras, não me refiro aqui a pentecostais, neopentecas, ou quaisquer dessas igrejas esquisitas que tem por ai, pois essa já há tempos me parece óbvio o que as cerca e move, qualquer discussão sobre elas não passaria de chover no molhado. Refiro-me as tradicionais, aquelas que carregam o emblema da ética, da boa hermenêutica e santidade suprema....
Não é incomum ouvir que estou cuspindo no prato que comi quando faço esse tipo de crítica, mas com minhas desculpas meus caros, não posso parar no tempo e me tornar mentira e auto-engano, afinal aprendi bem na Escolinha Dominical que são esses os que Deus mais odeia. (????)
Vivi muitos anos vendo pastores nos desserviço de suas funções, como muito bem (sempre) fazem, condenarem adolescentes grávidas. Pais catequizados por eles verem seus filhos aguarem as boquinhas na santíssima ceiam. Bonés retirados das cabeças de adolescentes por profanarem o templo com tal adereço. Vi meu violão ser consagrado a Deus no meio do Culto – que medo me deu aquilo! -.
Participei de campeonatos para ver quem encontrava tal versículo na bíblia mais rápido e a filha do Pastor sempre ganhava fazendo eu me senti um menor no corpo de Cristo.
E nas reuniões de oração, aqueles discursos lindos que faziam minha oração parecer nada mais que uma profanação de um ser sem intimidade com Deus.
Era assim, é assim!
Foi na igreja que aprendi a olhar, já na adolescência, para aquela jovem divorciada como uma verdadeira prostituta e que por conhecer como funciona o sexo ela profanaria a Deus e a nossa igreja qdo arrumasse um novo namorado não contendo seus sexuais e já desenvolvidos impulsos.
Na silenciosa inveja participei de delações ao santos conselho de presbíteros de “jovens da mocidade” que haviam bebido ou dançado na festa de formatura de algum amigo.
Não poucas vezes pedia a palavra na escola Bíblica Dominical e num tom moralista e com cara de intelectual demonstrava repudio a prática do pecado citando de forma periférica atos dos amigos a minha volta.
Assim todos nós, jovens da década de 90 desenvolvemos nossa espiritualidade!
Nunca aprendemos em uma aula sequer o significado de amar!!
O amor nos discursos sempre tinha um MAS.....
A graça sempre havia um preço..
E o perdão nunca era dado sem antes um ato público de vergonha!
Era assim, me relacionar com Deus, envolvia dor, muita dor!! Até coisas que deveriam ser simples, por vezes era dolorosas, sutis e tbem dolorosas. Talvez pra não esquecermos dos tais ensinamentos.
Não demorou muito pra eu querer ir pro inferno, pois o céu realmente seria um lugar de seres medíocres. Eu estava caminhando a passos largos pra lá, para o céu.. (cruzes).
Hoje vejo como éramos bobos! Todos dizendo ver a roupa do Rei nú!
Foi indo a barzinhos, bebendo cerveja, tentando dançar que descobri Deus!
Engraçado descobrir Deus num copo de cerveja né !? Desculpe-me, ainda é um tabu pra eu assumir isso. (traumas geralmente têm histórico de cura lenta)
Vi muitas coisas, algumas muito graves outras sutis, mas não menos mortais. Deus havia se tornado “nossa imagem e semelhança”, mas nós éramos tão feios....
Tudo porque éramos rasos, superficiais demais.
Exupéry já dizia: O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.
Demorei a ver com o coração, eu estava intoxicado de tanto evangelho! Mas Deus me livrou dele mesmo.
Vi mais, muito mais, muuitoooooo
Aprendi que a maior teologia se faz na troca do olhar! Dessa nem mesmo a Bíblia ganha!
Realmente o essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.
Fábio Fino
E é sob esse tom que desenvolvemos nossa espiritualidade casuística.
Desde muito cedo nada me parecia óbvio no meio evangélico a não ser a nossa capacidade de tornar religioso tudo aquilo que abominamos, enviando ao inferno todos aqueles que não tem os mesmos limites que nós.
Quando digo essas duras palavras, não me refiro aqui a pentecostais, neopentecas, ou quaisquer dessas igrejas esquisitas que tem por ai, pois essa já há tempos me parece óbvio o que as cerca e move, qualquer discussão sobre elas não passaria de chover no molhado. Refiro-me as tradicionais, aquelas que carregam o emblema da ética, da boa hermenêutica e santidade suprema....
Não é incomum ouvir que estou cuspindo no prato que comi quando faço esse tipo de crítica, mas com minhas desculpas meus caros, não posso parar no tempo e me tornar mentira e auto-engano, afinal aprendi bem na Escolinha Dominical que são esses os que Deus mais odeia. (????)
Vivi muitos anos vendo pastores nos desserviço de suas funções, como muito bem (sempre) fazem, condenarem adolescentes grávidas. Pais catequizados por eles verem seus filhos aguarem as boquinhas na santíssima ceiam. Bonés retirados das cabeças de adolescentes por profanarem o templo com tal adereço. Vi meu violão ser consagrado a Deus no meio do Culto – que medo me deu aquilo! -.
Participei de campeonatos para ver quem encontrava tal versículo na bíblia mais rápido e a filha do Pastor sempre ganhava fazendo eu me senti um menor no corpo de Cristo.
E nas reuniões de oração, aqueles discursos lindos que faziam minha oração parecer nada mais que uma profanação de um ser sem intimidade com Deus.
Era assim, é assim!
Foi na igreja que aprendi a olhar, já na adolescência, para aquela jovem divorciada como uma verdadeira prostituta e que por conhecer como funciona o sexo ela profanaria a Deus e a nossa igreja qdo arrumasse um novo namorado não contendo seus sexuais e já desenvolvidos impulsos.
Na silenciosa inveja participei de delações ao santos conselho de presbíteros de “jovens da mocidade” que haviam bebido ou dançado na festa de formatura de algum amigo.
Não poucas vezes pedia a palavra na escola Bíblica Dominical e num tom moralista e com cara de intelectual demonstrava repudio a prática do pecado citando de forma periférica atos dos amigos a minha volta.
Assim todos nós, jovens da década de 90 desenvolvemos nossa espiritualidade!
Nunca aprendemos em uma aula sequer o significado de amar!!
O amor nos discursos sempre tinha um MAS.....
A graça sempre havia um preço..
E o perdão nunca era dado sem antes um ato público de vergonha!
Era assim, me relacionar com Deus, envolvia dor, muita dor!! Até coisas que deveriam ser simples, por vezes era dolorosas, sutis e tbem dolorosas. Talvez pra não esquecermos dos tais ensinamentos.
Não demorou muito pra eu querer ir pro inferno, pois o céu realmente seria um lugar de seres medíocres. Eu estava caminhando a passos largos pra lá, para o céu.. (cruzes).
Hoje vejo como éramos bobos! Todos dizendo ver a roupa do Rei nú!
Foi indo a barzinhos, bebendo cerveja, tentando dançar que descobri Deus!
Engraçado descobrir Deus num copo de cerveja né !? Desculpe-me, ainda é um tabu pra eu assumir isso. (traumas geralmente têm histórico de cura lenta)
Vi muitas coisas, algumas muito graves outras sutis, mas não menos mortais. Deus havia se tornado “nossa imagem e semelhança”, mas nós éramos tão feios....
Tudo porque éramos rasos, superficiais demais.
Exupéry já dizia: O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.
Demorei a ver com o coração, eu estava intoxicado de tanto evangelho! Mas Deus me livrou dele mesmo.
Vi mais, muito mais, muuitoooooo
Aprendi que a maior teologia se faz na troca do olhar! Dessa nem mesmo a Bíblia ganha!
Realmente o essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração.
Fábio Fino
2 Comments:
Muito booomm.
A cada dia que passa fico mais fã do Fabio Fino.
Abraço meu amigo.
''Nunca aprendemos em uma aula sequer o significado de amar!!''
falou tudo!!
Abç!
é foda essas igrejas preferia ficar em casa !!!
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