12 dezembro 2007

Manuscrito do natal de 2003

Na época que o Fino tinha um site chamado w2k, eu tinha um jornal que era impresso mensalmente chamado "Correio da Paz" e o Fino no natal de 2003 escreveu esse texto para o editorial daquela 6º edição. Segue o manuscrito da época.

O Natal esta chegando...

Todo final de ano escrevo algo sobre natal. Já escrevi sobre a hipocrisia que envolve o natal, o sentimento nostálgico e enganador, o tal Jesus que todos comemoram e nem sabem o significado e por ai vai. Nesse ano quero falar novamente sobre Jesus afinal de contas o “aniversário” é Dele não é mesmo?
Estive pensando o quão notável é essa figura chamada Jesus, uma personalidade que vence o tempo e continua na moda. Quando olhamos para a figura do menino Jesus vemos inúmeras características que estranhamente nunca deveriam denotar-lhe notoriedade. Os pais de Jesus não eram famosos nem cultos, a propósito seu pai era um carpinteiro. Mesmo antes de nascer o menininho já incomodava os poderosos da época. Veio de um lugar onde achavam que coisa boa de lá nunca viria “o que poderia vir de bom de Nazaré?”
Jesus nunca escreveu nenhum livro nem compôs música alguma, nunca comandou nenhum exército nem tramou contra governos ou pessoas. Não teve influência de intelectuais e nem mesmo nasceu no meio deles. O extraordinário o maravilhoso o Divino sempre estiverem nele e de todas as suas qualidades só se via nele amor, mansidão, paz. No decorrer dos séculos Jesus sempre foi admirado, estudado, questionado.
Nunca ninguém foi tão admirado, estudado, livros foram escritos sobre ele, muitos quiseram provar que ele era “mais um”. O escritor Lewis Wallace prometeu escrever um livro provando que Jesus nunca existira e no meio do caminho converteu-se e escreveu o livro que anos depois se tornaria num campeão de Oscar's com o aclamado Ben-Hur. Considerado um dos melhores romances ingleses, jamais escrito acerca da época de Cristo Isaac Newton, Einstein dentre uma infinidade de personalidades de todas as épocas reconheceram em Jesus o extraordinário.
Diferente dos deuses da mitologia Grega, Deus não ficou de longe olhando e controlando as coisas, pelo contrário, ele se fez homem e veio ter com os seus. Suas palavras são vivas e convidam a reflexão, sua vida é impar e digna de ser imitada. Ele é a vida e é a verdade. Para muitos lhe conhecer traz a eterna salvação para perto, para outros, só a eternidade poderá trazer o arrependimento irrevogável de terem seus corações fechados. Ele é o filho de Deus, de um Deus que ainda que seja auto-suficiente em si próprio, incompreensivelmente resolveu nos amar e nos salvar e que ainda que nossa mente finita não compreenda essa infinita graça, ela haverá de ser revelada a todos nós e seremos um com Ele e nada mais importará além da nossa gratidão ao Jesus menino, Jesus homem, Jesus Rei e Profeta.
O natal não é nada, pra nada de bom nos serve. Talvez sirva pra alimentar nossa hipocrisia de acharmos que tudo será diferente, sirva pra promessas que nunca serão cumpridas ou então para reatar laços que nunca darão certo no decorrer dos dias. O natal também não deve servir para perdoar, pois o perdão não tem dia específico. Tudo é mentira. Se a nossa vida não for norteada para sermos coerentes e melhores a cada dia, não será no natal que isso acontecerá.
O natal comemora o nascimento de Jesus, tente pelo menos saber o que isso significa ou o que ele não significa. Quem sabe assim ele fará algum sentido pra você, ao invés de você ficar jogando palavras ao vento “naquela noite”. E não se esqueça do aniversariante.
Fabio Fino

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